segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Síndrome Braquicefálica I: Palato Mole Alongado

Foi feito um estudo onde foi verificada a prevalência das anomalias ou malformações anatômicas nos cães clinicamente afetados com a síndrome das vias aéreas braquicefálicas, sendo que o palato mole é execivamente longo em aproximadamente 100% dos casos diagnosticados, sendo considerado uma das alterações primárias nos cães braquicefálicos, e como tal, podem ser diagnosticadas em animais jovens.

Acredita-se que o gene responsável pelo encurtamento do focinho não afeta os tecidos moles, assim, o focinho encurta, mas acarreta em um palato mole alongado.

Em Bulldogues que apresentam o prolongamento, o tecido se estende além da borda da epiglote causando obstrução da rima glótica e interferindo na respiração, originando ainda, com a vibração do tecido pela passagem de ar, um edema inflamatório na faringe, a qual, muito provavelmente seja a região de maior impacto, pois é uma área com pouco suporte castilagionoso e ósseo.

O alongamento do palato mole pode ocorrer em qualquer raça, sendo um achado comum em cães braquicefálicos, como o bulldog francês. Essa infecção faz parte de uma síndrome frequente: A síndrome braquicefálica.

O palato mole permite separar a cavidade nasal e oral, e por isso, quando o animal come, o palato mole fecha a cavidade nasal para que a comida não siga em direção retrógrada.

Nos braquicefálicos, o palato mole quando alongado, conduz a um estreitamento da passagem do ar. Os bulldogs acometidos podem apresentar juntamente às anormalidades do palato:
      • Estenose de narinas;
      • Eversão dos sacúlos laríngeros;
      • Aumento de tonsilas;
      • Edema na mucosa faríngea;
      • Hipoplasia traqueal;
      • Vários graus de colapso laríngeo.


Os sinais clínicos mais comuns são:
      • O frenchie engasga-se facilmente;
      • Dificuldade de deglutição;
      • Ruídos respiratórios fortes, especialmente sobre a inspiração (respiração interna);
      • Intolerância ao exercício;
      • Tosse seca;
      • Dispnéia (falta de ar), que depende do grau de estenose da faringe;
      • Sícope (desmaios), em casos mais severos;
      • Cianose (coloração azulada das mucosas)

Também é um dos causadores do ronco ao dormir, sendo que são vários os fatores que podem causar o ronco, não necessariamente um cão que ronca tem palato mole alongado, até porque ruídos respiratórios são comuns em bulldogues, mas tudo que é em excesso têm que ser investigado!

Muitos cães com palato mole alongado preferem dormir de costas provavelmente porque essa posição permita que o tecido do palato mole caia fora da laringe, permitindo uma melhor respiração.

Em momentos de exercício físico, calor ou nervosismo a frequência respiratória aumenta, sendo assim o animal respira mais rapidamente e o palato mole alongado prejudica ainda mais essa troca respiratória rápida.

Por isso, deve-se ter um maior cuidado para evitar a hipetermia no bulldog francês, até mesmo porque eles já tem propensão, devido a sua anatomia, a sofrer de episódios de superaquecimento. Esse risco aumenta consideravelmente em frenchies com palato mole alongado, isso ocorre porque a passagem de ar pela boca pode se fechar com mais facilidades em casos de hipertermia.

Diagnóstico:
Geralmente, cães braquicefálicos têm uma lingua espessa, o que torma a visualização da laringe difícil em bulldog acordado, e tentativas de conter o paciente e retrair a lingua o suficiente para permitir a visualização da laringe são geralmente mal sucesidas.

Assim, o exame diagnóstico definitivo deve ser feito com o frenchie sob anestesia (esse processo deve ser feito por um veterinário qualificado para isso, já que o bulldog francês corre mais o risco de morte durante processos anestésicos do que outras raças).

O palato mole alongado pode ultrapassar a ponta da epiglote (a entrada para as vias aéreas) por vários milímetros. Em casos graves, o palato mole se estenderá diretamente para a abertura da laringe. A ponta dele e as bordas da laringe estão muitas vezes inflamadas (inchadas e vermelhas). Nos casos crônicos, as cartilagens da laringe tornam-se inflexíveis e começam a entrar em colapso, diminuindo ainda mais as vias aéreas.

Tratamento:
Anormalidades do palato nome devem ser tratadas se causam sofrimento ao cão, ou que causem risco de obstrução das vias aéreas, com risco de morte, até porque essas anormalidades tendem a se agravar com o tempo. Nesses casos, a resseção cirúrgica do palato mole em excesso pode ser necessária.

Essa condição pode ser corrigida através de cirurgia indicada apenas após 1 ano de idade, a não ser em casos de extrema necessidade, e deve ser feita somente por um veterinário que tenha experiência nesse tipo de procedimento, pois se for mau feita pode causar danos irreversíveis.

A ressecção do palato mole é realizada utilizando uma lâmina de bisturi, tesouras, ou laser de CO², e o excesso de tecido é removido com lâmina ou tesoura.

Novas técnicas têm sido utilizadas, diminuindo os riscos da cirurgia.




Poucos profissionais realizam esta cirurgia, logo, procure sempre aquelesque tenham experiência e equipamento adequado para operar seu bulldog. Procure conhecer quantas cirurgias deste tipo ele já realizou, em quantos bulldogues, como estão os cães operados depois da cirurgia, como foi o póes-operatório desses cães... enfim, busque o máximo de informações antes de deixar seu bulldog francês nas mãos de alguém.

Possíveis complicações após a cirurgia:
Imediatamente após a cirurgia os cães devem ser monitorados de perto. Inflamação significativa ou sangramento podem obstruir as vias aéreas, tornando a respiração difícil ou impossível. Ocasionalmente, um tubo deve ser colocado através do pescoço até a traquéia ("Traqueostomia temporária") até o inchaço na garganta diminua o suficiente para que o cão possa respirar normalmente.

Os animais são geralmente obeservados no hospital por no mínimo, 24 horas. Nos pós-operatóio podem ocorrer tosse e engasgos que são comuns.

Em casos crônicos, em que as cartilagens já estavam inflexíveis, a remoção do palato mole alongamento pode não proporcionar alívio suficiente, nesse caso, a criação de uma nova abertura permanente na traquéia (área do pescoço) pode ser a única solução (traqueostomia permanente), embora também existam muitas complicações associadas a este procedimento.

Prognóstico:
O prognóstico é bom em animais jovens, eles geralmente respiram com mais facilidade e têm uma redução significativa do desconforto respiratório, assim como seu nível de atividade também melhora.

Animais mais velhos podem ter um prognóstico menos favorável, especialmente se o processo de colapso de laringe já iniciou. Se o colapso de laringe está avançado o prognóstico é pobre, a menos que procedimentos adicionais sejam realizados para resolver este problema que é grave.
Fonte da matéria: labellealana.blogspot.com



Um comentário:

  1. Ctrl+C total do blog : www.labellealana.com. Sugiro sempre antes de copiar totalmente uma postagem ler os termos de uso: "Reprodução em sua TOTALIDADE configura plágio"!!!!

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